terça-feira, 17 de novembro de 2009


Capítulo 2: Lembranças

-Ah seu patifezinho
-Eu não fiz absolutamente nada dessa vez, Dulce!- o loiro assustado e cômico olhou Dulce em sua frente, coberta pela neve que deslizava pelas ruas.
-Oras, como não? Eu vi, com esses meus olhos!
-Procure seus óculos, pois você já esta cega!
-Como ousas! Eu sei que foi você, eu sei...
-Mais que coisa. Entra logo, está congelando aí fora.
-Não sei, estou muito aborrecida para ficar no mesmo ambiente que você...
Antes que argumentasse mais, a menina foi puxada para dentro. Seus lábios pararam de tremer em um instante.
Olhou o bule de chocolate sobre a mesa do centro. Seu rosto contorceu em agonia; não era uma boa hora para pedir chocolate.
-Pode se servir, mo sùil.
-Hum... Pare de chamar-me assim. Mas eu aceito o chocolate.
Sentou-se ao lado de Robert no sofá, e depois de dar alguns goles de chocolate quente, esquecera-se o real motivo de estar ali.
-Se... Eu te contar o que significa mo sùil, você vai deixar de ter raiva de mim?
Isso, ela estava com raiva dele!
-Talvez...
-Significa ‘meus olhos’, Dulce, em gaélico


Dos olhos de Dulce que pertencia a Robert, agora derramava uma cascata de água cristalina. A foto entre suas mãos a fez com que não conseguisse mais respirar. Ainda de olhos fechados, poderia recordar o momento mais triste de sua existência. Vida não. Ela já não vivia.

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