
Murmúrios agitados passavam de ouvido a ouvido, quando viram o rosto vermelho de raiva da menina. O copo apertado com força, explodira.
Sangue rolou pela pele de papel. Ela gemeu em resposta a dor aguda que sentia nos nervos da mão. O odor de ferrugem do sangue a fez tontear.
Uma voz cálida a chamou para um canto. Dulce, automaticamente seguiu, e não fora muito difícil de adivinhar quem velava sua aparição.
Christopher ainda olhava para Dulce, incrédulo. A anfitriã da casa a levou escadas acima, pegando pela mão imune.
Avó Clemency saiu do quarto, quando entrou Blanca. As duas trocaram olhares flamejantes,mas Blanca focou-se em Dulce.
-Como consegue ser tão desastrada?
-Não foi culpa minha.
-Como explica que um copo explodiu em sua frente, menina?
-Ele devia estar rachado. –Dulce ensaiou seu ar de deboche
-Menina, me responda direito...
A voz de sua mãe soou na sala, como um sino em uma sala com ecos. Ela estremeceu, mas não pelo berro exagerado, e sim pela dor que apertou. Sua avó abriu a porta, trazendo consigo uma bandeja, e olhou para a dona do grito de maneira reprovadora.
-Trate melhor sua filha, Blanca. Ela está machucada
-Com licença.
Dulce sorriu fraterna para a avó. A dor lhe chamou a atenção de novo, e tentou disfarçar olhando para as paredes de pintura escassa. Mas sua avó a conhecia, e como conhecia.
-Venha cá, minha Imbranata(Desastrada)
-Oh, vovó!
Dulce aconchegou-se nos braços experientes. O braço materno a rodeou. Uma batida na porta soou estrondosa.
Era ele, e Dulce sabia. Suspirou, mas não conteve a felicidade que resplandecia em seu sorriso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário