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| Raul Gil e uma ex-caloura: fim do quadro deixou o apresentador e os fãs irritados |
Depois de segurar por vários meses uma média de audiência de 15 pontos ou mais, o Programa Raul Gil, exibido nas tardes de sábado pela Rede Record, começou a ter problemas. Há duas semanas, ficou apenas nos 6 pontos de ibope. A emissora resolveu intervir, e o fez de maneira inesperada: baniu o show de calouros, o maior sucesso da atração. Mexeu num vespeiro. Um concurso estava em andamento e seu ganhador gravaria um CD. Os inscritos ficaram tiriricas. "A Record não tem direito de fazer isso conosco", esbraveja um calouro, que tenta organizar um abaixo-assinado. Raul Gil também ficou irritadíssimo. "Ele está sendo xingado na rua", conta o filho do apresentador e diretor de seu programa, Raul Gil Júnior. Diretor de programação da Record, Luciano Callegari tenta contornar a situação. Ele jura que o quadro vai voltar. Mas não já.
Os calouros de Raul Gil já foram uma pedra no sapato da concorrência, especialmente da Rede Globo. Com derrotas sucessivas no confronto direto, o apresentador Luciano Huck quase acabou cozido em seu Caldeirão do Huck. A estréia de quadros como Acorrentados e Amor a Bordo, com formato de reality show, fez com que Huck começasse a reverter o placar. Fama, que teve duas edições ao longo deste ano, também esquentou o sábado da Globo. Esse programa, no qual artistas amadores recebem aulas de canto e dança, poderia ser descrito como um "show de calouros com pós-graduação".
Marcelo Fontes |
| Anjinho: vai ser difícil conseguir espaço em outra emissora |
Segundo a direção da Record, foi a aposta na variedade que fez com que a Globo virasse a mesa. "Só com cantoria não funciona", diz Luciano Callegari. A emissora quer que Raul Gil abra espaço em seu programa para novidades e amplie quadros tradicionais, como o do chapéu. É o discurso oficial. Nos bastidores, porém, comenta-se que o esquema montado pelo apresentador em torno de seus calouros também causava incômodo. As grandes gravadoras, por exemplo, andavam reclamando de não ter espaço aos sábados para divulgar seus artistas. Celebraram quando o grupo de axé Tchakabum e os pagodeiros do Exaltasamba foram convidados para gravar logo no segundo fim de semana sem calouros. Raul Gil ganhava um bom dinheiro com seus apadrinhados. Com seu filho, ele criou uma gravadora apenas para lançar cantores que freqüentavam seu palco. Vendeu quase 2 milhões de discos de artistas como Rinaldo & Liriel e Robinson Monteiro – o Anjinho do microfone oco. Essa gente, aliás, agora está em maus lençóis. Como sua imagem ficou vinculada ao Programa Raul Gil, dificilmente conseguirão cantar em outras emissoras.

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