quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Capítulo 6: Desequilibrio



-Coloque esses artefatos ali, Dulce. Não quero que as pessoas os vejam
A Sra. Tompson era assim, comprava coisas mirabolantes e depois as escondia como se a razão voltasse. Dulce segurou a risada fazendo uma feição cômica.
Subiu as altas estacadas até as prateleiras. Um a um, foi recebendo os objetos e enfileirando.
O sino da porta tocou e Dulce sobressaltou-se. Seu corpo desequilibrou sobre os finos filetes da escada e sentiu debruçar-se para traz.
Estava certa de que havia caído, quando fechou os olhos. Mas onde estava a dor? Por um momento achara que havia morrido.
Mãos fortes agarraram a cintura fina e rodearam o tronco feminino.
Com os pés no chão a menina ainda achava que estava flutuando. Arregalou os olhos, que ficaram como pratos.
-Tome mais cuidado
A voz áspera e rouca fez todas as células de seu corpo tremer.
-Obrigada
Ele somente assentiu, levando um sorriso aos lábios.
-Sou Dulce Lauermann
-Eu sei
-Sabe?
A ruga de confusão na testa o fez arquear as sobrancelhas.
-Cidades pequenas- o comentário feito com tanto desdém a fez despertar.
Então agora já ouvia-se outras vozes. O clima havia desfeito. O que ele quisera dizer com isso? Uma irritação tomou conta de Dulce.
-Há algo de errado com cidades pequenas?
-são somente um pouco... Esquisitas.
Virou-se de costas. Arrogante e prepotente, ela murmurou. Voltou ao balcão, e quando olhou novamente para o garoto ele não estava mais lá. Um sininho ainda fazia barulho.

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